quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Desocupação do Pinheirinho: retrato do Brasil

A desocupação da área conhecida como Pinheirinho em São José dos Campos é um retrato bastante preciso de como é estruturada a sociedade e consequentemente a justiça brasileira: para quem tem dinheiro valem as brechas da lei, para quem não tem vale o rigor da lei.

Existe uma lista imensa de mensaleiros, banqueiros, empresários, contraventores e mesmo invasores, atolados até o pescoço na justiça, mas como têm dinheiro e influência, ficam anos a fio protelando os seus processos até os crimes prescreverem. Em muitos casos eles conseguem até transformar os investigadores em réus, vide o caso da operação Satiagraha.

Porém, quando o grupo envolvido não tem status social e econômico elevado, o problema é resolvido no “estrito cumprimento da lei” e debaixo de cassetete.

Neste sentido, o Jornalista (com “J” maiúsculo mesmo) Ricardo Boechat fez um excelente comentário na Band News FM. Ouçam:

http://bandnewsfm.band.com.br/Noticia.aspx?COD=567712&Tipo=225

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Conceito de Processo x BPM x BPMS

Muitos confundem os conceitos de:
  • Processo (P), ou em inglês: Process,
  • Processo de Negócio (BP), ou em inglês: Business Process,
  • Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM), ou em inglês: Business Process Management e
  • Sistema de Gerenciamento de Processos de Negócios (BPMS), ou em inglês: Business Process Management System.
Para quem está no ramo da informática é importante aprender o significado desses conceitos, bem como os relacionamentos que existem entre eles, como surgiram e as necessidades de cada um na organização.

 
Processo (P)
Processo é um conjunto de atividades que são realizadas para produzir um resultado. Esse resultado pode ser um bem ou um serviço. Por exemplo, temos processos definidos para produzir pão, para fabricar carro, para construir casa, para construir software, etc.
A ISO 9000 define processo como “um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas, que transformam entradas (materiais, formas de energia, informações ou os próprios clientes) em saídas”. Para transformar os recursos entrantes em bens e serviços (saídas), os processos valem-se de recursos de transformação, como máquinas e equipamentos, manuais, trabalho, softwares, repositórios de informação etc.
 
Processo de negócio (BP)
Processo de negócio nada mais é do que um processo específico para alcançar um resultado específico. Ele é personalizado, intrínseco aos objetivos de seus executores. Esses objetivos variam, de acordo com as necessidades de cada organização. Os Processos de Negócio são, na verdade, um subconjunto de todos os Processos possíveis.
 
Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM)
De acordo com CBOK, BPM (Business Process Management) é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, e controlar processos de negócio automatizados e não automatizados, para alcançar os resultados pretendidos consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização.
BPM permite que uma organização alinhe seus processos de negócio a sua estratégia organizacional, conduzindo a um desempenho eficiente em toda a organização através de melhorias das atividades específicas de trabalho em um departamento, em toda a organização ou entre organizações.
BPM é a disciplina que sistematiza e organiza os Processos de Negócio e normalmente é aplicado a um subconjunto dos Processos de Negócio existentes em uma organização.
 
Sistema de Gerenciamento de Processos de Negócios (BPMS)
Os processos de negócios das empresas estão cada vez mais corporativos. Estão sofrendo constantes modificações em seus escopos, em suas atividades, nas formas que elas são executadas. É o preço do progresso e da concorrência. Seus gestores têm que estar atentos aos indicadores de desempenho e à abrangência de seus processos e seus resultados para a sobrevivência econômica da corporação. Porém, seria um desafio gigantesco realizar a integração, face-a-face, das várias tecnologias que compõem cada processo da organização.
O modelo conceitual BPMS valoriza os investimentos já realizados em softwares pelas organizações envolvidas com o processo de negócio, diferentemente da estratégia da reengenharia de uma década atrás, que apregoava o descarte e a substituição dos sistemas de informação legados pelo sistema ERP.
No modelo conceitual BPMS, os sistemas de informação legados, hospedados em diferentes ambientes computacionais, continuam a executar as operações necessárias ao processo de negócio. Estes sistemas legados são coordenados, “orquestrados”, pelo ambiente de gestão do processo (AGP) do BPMS. Em outras palavras, o modelo conceitual do BPMS não está fundamentado na “construção de softwares ou de módulos de sistemas de informação, mas na junção e orquestração de partes de softwares já disponíveis”. É nesse ambiente onde se localizam o painel de controle, os alertas, marcações de tempo, indicação de custo, etc. Enfim, é a interface do sistema com o usuário gestor do processo.
Alguns estudiosos do assunto afirmam que um BPMS é uma suíte de produtos de software integrados e com a finalidade de habilitar o BPM. Porém uma análise mais detalhada das suítes disponíveis no mercado não confirma tal forma de enxergar o BPMS, pois uma única suíte não teria condições de solucionar todos os problemas de BPM das organizações.
Retirando desse contexto certas motivações comerciais, não há como negar o fundamento de algumas delas que se propuseram a executar todas as etapas do BPM, mas não lograram sucesso integralmente. Neste contexto há um questionamento clássico sobre a melhor ferramenta para BPM. Podemos afirmar com total segurança que a resposta mais óbvia seria então outra pergunta: ferramenta para fazer o quê no BPM?
É preciso ter um conjunto de diferentes ferramentas para compor uma solução total de BPM, e que normalmente elas não necessitam estar integradas em uma única suíte de produtos de softwares de um único fabricante.
A tabela abaixo mostra a classificação das ferramentas de TI que podem ser aplicadas no âmbito do BPM, de acordo com seu uso em processos.
 

 
A seguir os principais benefícios corporativos que levam à utilização de uma suíte BPM
  1. O dinamismo dos atuais ambientes de negócios gera constantes alterações nas condições do mercado, obrigando os executivos a reagir o mais rápido possível. Isso implica em alterações nas operações da empresa e, consequentemente, nos processos de negócio implementados. O BPMS provê ferramentas para análise e otimização dos processos.
  2. Os atuais processos de negócios são cada vez mais colaborativos, isto é, envolvem diversas empresas parceiras na operação do processo. Esses processos extrapolam fronteiras organizacionais e envolvem uma diversidade de sistema de informação. Além dos problemas ligados à dificuldade de alteração dos softwares, há agora o problema da diversidade de sistemas, de plataformas tecnológicas nas quais eles operam, de bases de dados e todos os demais componentes necessários para a execução de um sistema de informação. O BPMS facilita a comunicação de diferentes tecnologias e a unificação dos processos intra-funcionais;
  3. A visualização ou abstração do fluxo de processos de negócios em tempo real, independentemente da quantidade e localização dos softwares que o compõem, o acompanhamento dos indicadores do processo ou de suas partes, o disparo de ações com base em eventos, entre outras funcionalidades requeridas à gestão dos modernos processos colaborativos, requerem uma proposta e arquitetura de softwares diferente das tradicionais. O BPMS permite alterações nas atividades e regras de negócio dos processos, de forma rápida e segura;
  4. Para os atuais processos de negócios colaborativos, que envolvem diversas entidades e diversos sistemas de informação, não há mais viabilidade técnica de embutir controles gerenciais do processo nos diversos softwares relacionados à sua execução como funcionava até então. O problema não está restrito á fragmentação de softwares e componentes tecnológicos envolvidos no tratamento de um processo, mas também na questão da exiguidade de tempo para a identificação de eventos de negócio. Os limites atuais de competitividade fazem com que as empresas operem no limite de seus recursos, tornando cada anormalidade do processo um evento crítico que deve ser tratado imediatamente. A identificação de eventos ao longo do processo, em tempo real, é um importante fator de negócio que corrobora com a demanda de uma camada de gerenciamento conectada diretamente aos softwares que estão executando o processo. O BPMS provê gerenciamento de processo em tempo real, através dos vários indicadores de desempenho disponíveis. A análise desses indicadores mostrará a necessidade de alteração, otimização ou substituição do processo atual.
Embora sistemas BPM possam produzir vantagens significativas, também têm riscos associados a qualquer esforço de automação de sistemas:
  1. O risco mais significativo é que podemos desenvolver um falso sentimento de segurança ao supor que só porque podemos automatizar um processo, ele é melhor. Como em qualquer adoção de sistemas, automatizar processos mal feitos não resultará em melhores práticas de negócio;
  2. A sofisticação de algumas aplicações BPMS pode mascarar erros ou ineficiências de processos, e o entendimento cuidadoso e detalhado de implementações é importante;
  3. E finalmente o uso de BPMS pode aumentar a exposição a riscos de segurança da informação.