Os profissionais da área de TI já estão habituados há algum tempo a lidar com modelos de maturidade no desenvolvimento de software, onde os mais conhecidos no Brasil são o CMMI e o MPS.BR. Estes modelos procuram determinar quanto uma organização está madura no processo de desenvolvimento de softwares. Quanto maior o nível de maturidade da organização, melhor é a qualidade do produto final.
Porém, começa a ficar mais comum no mercado se falar em “modelo de maturidade em gestão de projetos”. O princípio é o mesmo dos modelos de software: eles procuram medir a maturidade da organização no gerenciamento de seus projetos, portfólios e programas. Quanto maior o nível de maturidade, melhor a qualidade dos projetos tratados pela organização.
Os modelos de maturidade de gestão projetos mais comuns no mercado são:
· ESI – International’s Project Framework
· PMMM – Project Management Maturity Model
Criado por Harold Kerzner em 2001 e descrito no livro “Strategic Planning for Project Management using a Project Management Maturity Model”. John Wiley & Sons. Composto de cinco níveis de maturidade, a exemplo do CMMI.
· Prado-MMGP (Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos) – veja detalhes no blog PontoGP.
Está descrito no livro “Maturidade em Gerenciamento de Projetos”, Darci Prado. Não chega a ser um modelo muito popular, mas, é um exemplo de um modelo desenvolvido no Brasil.
Porém, neste post, eu vou me concentrar no modelo OPM3 do PMI. Depois eu entro em mais detalhes sobre os modelos acima.
· OPM3 – Organizational Project Management Maturiry Model
É um modelo desenvolvido pelo PMI (Project Management Institute), que é responsável também pelo PMBOK, o guia de referência em gerenciamento de projetos mais conhecido no mundo. Por isso, o OPM3 é 100% compatível com o PMBOK. Ele foi desenvolvido de forma virtual em 35 países, com o apoio de mais de 800 voluntários com experiência em gerenciamento de projetos na identificação das melhores práticas.
Ele é estruturado a partir de um conjunto de Melhores Práticas (Best Practices), que são formadas a partir de um agrupamento de Capacidades (Capabilities):
Melhores Práticas (Best Practices)
Uma Melhor Prática é um caminho ótimo atualmente reconhecido pela indústria para se alcançar um objetivo. Para o gerenciamento de projetos organizacional, isto inclui a habilidade para entregar projetos consistentemente e com sucesso para implementar estratégias organizacionais. Existem aproximadamente 702 Melhores Práticas documentadas.
Elas são categorizadas de acordo com os domínios de Gerenciamento Organizacional de Projetos: Projeto, Programa e Portfólio. E também pelos níveis de maturidade de melhoria de processos: Padronizar, Medir, Controlar, Continuar melhorando:
Capacidades (Capabilities)
Um conjunto de Capacidades é que dão a possibilidade de alcance de uma Melhor Prática. São passos incrementais rumo a níveis superiores de maturidade. A existência de uma capacidade é demonstrada pela existência de seus Resultados (Outcomes) correspondentes.
As Capacidades são categorizadas por grupos de processos: Iniciar, Planejar, Executar, Controlar e Concluir.
Resultados (Outcomes)
É o resultado tangível ou intangível da aplicação ou demonstração de uma capacidade.
KPI (Key Performance Indicators)
Representa a medição de um Outcome através de uma métrica.
A estrutura geral do modelo é:
O modelo contempla um “Diretório de Melhores Práticas”, onde elas são documentadas e um “Diretório de Capacidades” associadas a uma dada Melhor Prática.
O modelo é baseado em um ciclo constituído de: Conhecimento, Avaliação e Aperfeiçoamento. Portanto, para se fazer a avaliação da maturidade da organização, é preciso seguir os passos abaixo:
- Estudar o modelo
Ler e obter o conhecimento básico do OPM3, seus componentes e operação.
- Realizar a Avaliação
Determinar o ambiente geral no “continuum” da maturidade organizacional de gerenciamento de projetos.
- Determinar o foco de melhoria
Identificar as áreas de Melhores Práticas mais carentes de melhoria.
- Determinar o caminho de melhoria
Identificar as Capacidades necessárias para executar as melhorias com base nas Melhores Práticas.
- Avaliar as Capacidades atuais
Determinar quais Capacidades identificadas no passo anterior já existem na organização e quais devem ser desenvolvidas.
- Plano para Melhorias
Criar plano para o desenvolvimento de Capacidades necessárias para executar as Melhores Práticas, priorizando conforme identificado anteriormente. Alinhar as necessidades da organização e recursos disponíveis. Aplicar processos descritos no guia PMBOK
- Implementar Melhorias
Pôr em prática o plano de melhorias. Reajustar o plano de acordo com o clima da organização.
- Repetir o processo
Reavaliar a organização para confirmar ou não o progresso. Continuar trabalhando em Melhores Práticas identificadas anteriormente.
O PMI oferece duas ferramentas para realizar a avaliação da organização: “OPM3 Self Assessment” permite uma avaliação mais superficial da organização e “OPM3 ProductSuite” onde a avaliação é conduzida por um consultor certificado. Ambas são cobradas.
A avaliação é feita a partir de um questionário com 151 questões, veja o início do questionário:
O resultado é dado de forma a mostrar o nível de maturidade da organização em relação às várias categorias analisadas e às Melhores Práticas que devem ser melhoradas:
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