segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Crise nas faculdades particulares

A partir da década de 90, o número de instituições de ensino superior no Brasil simplesmente explodiu. Abriu uma faculdade em cada esquina, diversos colégios e cursinhos pré-vestibulares passaram a oferecer cursos de graduação. As faculdades já existentes ampliaram suas redes usando qualquer imóvel que encontravam disponíveis, desde fábricas desativadas até ex-concessionárias de automóvel.

A qualidade, naturalmente, não acompanhou a onda de expansão. Muitas dessas faculdades usam o velho lema "pagou-passou" e a fiscalização do MEC é insignificante.

Quem sai prejudicado nesta história é o estudante, que se sacrifica para pagar um curso superior e sai com uma formação de baixo nível e com pouco reconhecimento pelo mercado.

Agora, o processo de seleção natural está começando a entrar em ação e neste início de ano várias notícias de crise nas faculdades particulares começaram a pipocar na imprensa. Em São Paulo e Minas Gerais os professores estão ameaçando entrar em greve devido a atrasos nos pagamentos.

É natural que depois de uma expansão tão forte, haja uma acomodação no mercado e apenas as instituições melhor adaptadas sobrevivam (já que estamos comemorando os 200 anos de Charles Darwin, por que não aplicar a teoria da evolução no mercado de ensino?).

O problema todo é o papel do MEC nesse contexto: o governo permitiu a abertura de diversos cursos sem nenhum critério (que o digam os bacharéis em direito que não conseguem nem ao menos passar na prova da OAB); não acompanhou essas instituições para ver a qualidade dos cursos que estavam oferecendo (existe o provão, mas até hoje o seu resultado não foi usado para praticamente nenhuma ação concreta) e nem avaliou a saúde financeira das mesmas; agora que o barco está ameaçando afundar, não dá nenhum tipo de assistência aos alunos que são apenas vítimas do descaso do governo e das respectivas instituições de ensino.

Se uma instituição dessas falir para valer, será que os seus controladores vão ficar quebrados também? Ou apenas os alunos e funcionários ficarão a ver navios?

Nenhum comentário:

Postar um comentário