sábado, 19 de dezembro de 2009

Pensamento positivo: solução para tudo?

Existe um idéia generalizada de que pensamento positivo é a solução para quase todo tipo de problema. Desde falta de dinheiro, passando por doenças, até problemas sentimentais.

Para constatar isso, basta ver o sucesso de Rhonda Byrne e seu oportunista "O Segredo".

Pela primeira vez eu vejo uma pessoa se destacar da manada e contestar essa ditadura do pensamento positivo: Barbara Ehrenreich.

Ela escreveu um livro: “O Lado Ruim das Coisas: Como a Promoção Incansável do Pensamento Positivo Prejudicou a América” (tradução livre do original Bright- Sided: How the Relentless Promotion of Positive Thinking has Undermined America).

E deu uma entrevista para a revista Isto É, que pode ser lida aqui:

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/9062_ABAIXO+A+DITADURA+DO+PENSAMENTO+POSITIVO+.htm

Parabéns à escritora pela coragem de se posicionar contra o senso comum. Tenho certeza que ela será bombardeada de todos os lados.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ITIL: Diferença entre Problema e Incidente

O ITIL - Information Technology Infrastructure Library – foi desenvolvido pelo governo britânico no final da década de 1980. O ITIL descreve os processos que são necessários para dar suporte à utilização e ao gerenciamento da infra-estrutura de TI. Ele mostrou que possui uma estrutura útil em diversos setores tendo em vista a sua adoção em várias empresas de gerenciamento de serviços de TI. Em meados da década de 1990 o ITIL foi reconhecido mundialmente como um padrão de fato para gerenciamento de serviços.

Dentre os diversos processos de negócio tratados pelo ITIL, existem dois, que apesar de parecerem semelhantes, tem objetivos diferentes: Gerenciamento de Incidentes e Gerenciamento de Problemas.

O Gerenciamento de Incidentes têm por objetivo restaurar a operação normal do serviço o mais rápido possível e garantir, desta forma, os melhores níveis de qualidade e disponibilidade do serviço.

O Gerenciamento de Problemas tem por objetivo identificar e remover erros do ambiente de TI, através da busca da causa raiz dos incidentes registrados no Gerenciamento de Incidentes, a fim de garantir uma estabilidade máxima dos serviços de TI.

Segundo o ITIL, incidente é qualquer evento que não faz parte da operação padrão de um serviço e que causa, ou pode causar, uma interrupção do serviço ou uma redução da sua qualidade; enquanto problema é a causa desconhecida de um ou mais incidentes, ou seja, um incidente que não tem sua causa raiz identificada acaba se tornando um problema.

Enquanto o Gerenciamento de Incidentes tem como foco restabelecer o serviço o mais rápido possível, minimizando impactos na operação do negócio dentro dos níveis de serviços estabelecidos (para isso, pode ser usada, por exemplo, uma solução de contorno temporária), o Gerenciamento de Problemas é o processo responsável por controlar o ciclo de vida dos problemas, prevenindo sua ocorrência, eliminando incidentes repetitivos e reduzindo o impacto dos incidentes nos serviços, através da identificação da sua causa raiz.

O processo de Gerenciamento de Problemas vai cuidar, portanto, da resolução definitiva e da prevenção de falhas que causam incidentes e afetam o funcionamento normal dos serviços de TI.

Como exemplo, podemos usar a metáfora de uma goteira em casa num dia de chuva. Se começa a pingar água pela laje da casa, isto é um incidente. Para resolver o incidente de forma imediata, podemos colocar um balde d’água sob a goteira. Isto é uma solução de contorno, mas, não resolve a causa raiz do incidente. Depois que pára de chover, é possível identificar a causa raiz do incidente, que pode ser uma telha quebrada e tratar a solução definitiva do problema, efetuando a troca da telha, neste caso está sendo feito o gerenciamento do problema, pois, a causa raiz foi identificada e tratada.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Até onde vai a Igreja Universal?

Antes de começar este post, eu gostaria de deixar bem claro que eu não tenho nada contra nenhum tipo de religião, especialmente as evangélicas. Eu sei que este meu aviso inicial não vai adiantar nada, mas, tudo bem, vamos em frente.

Eu fui criado dentro da cultura católica e cheguei a ser um católico praticante por algum tempo, porém, hoje eu considero que não sou religioso e acredito que a imagem que as religiões fazem de Deus e dos mistérios da vida, são muito mais coisas que as pessoas desejam que fosse verdade, do que realmente representam alguma coisa baseada em fundamentos concretos. Ou seja, para mim os homens criaram Deus a sua imagem e semelhança, muito mais do que Deus, se porventura realmente existir, tenha criado os homens a imagem e semelhança Dele.

Apesar disso, eu respeito muito todas as religiões, sejam de que origem for. Eu acho que elas têm um papel muito importante na vida de certas pessoas, principalmente no sentido de dar consolo, organização e razão à existência. Se as pessoas se sentem felizes acreditando e seguindo os mandamentos da sua religião, quem sou eu para dizer que elas estão erradas. Que sigam em frente e tenham sucesso, afinal de contas, o que realmente importa no final das contas é passar por essa vida de uma forma feliz.

Agora, se tem uma coisa que eu não suporto, são pilantras. Sejam esses pilantras brancos ou negros, brasileiros ou europeus, políticos ou trabalhadores, homens ou mulheres, ricos ou pobres, agnósticos ou religiosos.

Existem pilantras em todos os seguimentos da sociedade, inclusive, dentro das religiões (de várias religiões, a católica incluída). E estes pilantras que se inserem nas organizações religiosas, são da pior espécie possível, pois, eles se aproveitam das carências e fragilidades das pessoas e do respeito que eles impõem, para tirar proveito dos seus seguidores.

Dentro do conjunto de religiões evangélicas, existem diversas que são muito sérias e que estão realmente focadas no aspecto espiritual da sua atividade. Contudo, para mim fica bem claro que existem algumas religiões, cujo principal objetivo é extrair algum tipo de contribuição financeira dos seus fieis e o exemplo mais retumbante deste tipo de atitude é a Igreja Universal.

É impressionante a capacidade dessa organização de convencer as pessoas a dar dinheiro a eles. E as pessoas dão muito dinheiro, às vezes mais do que podem e de bom grado. Elas acreditam que isso realmente vai as favorecer junto a Deus, como se Deus precisasse de dinheiro para alguma coisa.

O mais impressionante, é que quanto mais denúncias são feitas sobre os métodos pouco ortodoxos utilizados pela organização para arrecadar contribuições ou sobre a utilização do dinheiro para proveito dos próprios pastores, mais forte eles ficam.

Mostram o "bispo" dando dicas de como arrancar dinheiro dos fiéis, a organização cresce.

Mostram o outro "bispo" apertando os peitinhos dos colegas num corredor de hotel, numa farra meio adolescente, a organização cresce.

Mostram aviões de dinheiro para cima e para baixo, a organização cresce.

Mostram o cara chutando uma santa só para fazer bonitinho para os seus fiéis, a organização cresce.

Mostram a igreja convencendo os seus fiéis a entrarem simultaneamente na justiça contra um jornal no país inteiro, a organização cresce.

Mostram a igreja como uma organização empresarial nos mais diversos seguimentos e a organização continua crescendo.

E esse crescimento todo para que?

Apenas para lucrar como grupo empresarial e dar um alto padrão de vida aos seus líderes, negligenciando completamente a função espiritual da igreja.

Vejam o caso da Rede Record, ela é uma televisão essencialmente comercial, mantida com recursos da igreja e o seu principal objetivo é desbancar a Rede Globo da liderança. E para isso, vale tudo: vale mostrar baixaria, mulher pelada, violência, etc. Só não vale mostrar assuntos ligados a religião católica.

Que sentido faz uma organização religiosa ter uma rede de televisão que propaga tais valores? Para mim só faz sentido se o objetivo for puramente financeiro.

E apesar disso tudo estar claro e explícito para todo mundo, a organização continua crescendo continuamente.

Eu realmente não consigo entender. Onde isso vai parar? Quando é que as pessoas vão se dar conta que estão sendo usurpadas? Que nível de poder esse pessoal vai conseguir atingir? Hoje eles já interferem na vida política do país elegendo deputados, senadores, etc. O próximo passo será eleger um presidente da república?

Se nós não acordarmos e passar a lutar contra isso, em pouco tempo nós passaremos a ser a “República Teocrática Universal Dinheirista do Reino de Deus do Brasil”.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O que é CTI? (Computer Telephony Integration)

CTI é uma sigla em inglês que significa: Computer Telephony Integration. Que em bom português, pode ser traduzida como: Integração entre Computador e Telefonia.
 
CTI, na verdade, é um conceito que indica que a rede de telefonia comutada tradicional está trocando informações com um ou mais computadores.
 
CTI tem várias definições, mas, uma que resume bem a sua abrangência é:
 
"O processo pelo qual um equipamento telefônico troca informações de uma chamada com um computador, permitindo o computador ou um indivíduo gerenciar melhor a chamada."
 
O objetivo técnico primordial do CTI é interligar sistemas telefônicos e computacionais, permitindo a interação entre os dois para que cada um possa controlar e trocar informações com o outro.
 
O CTI foi evoluindo progressivamente e os principais marcos nesse caminho foram:
  • Início dos anos 80: grandes call centers com o PABX ligado ao mainframe por um link dedicado;
  • Meados dos anos 80: controle de chamadas na tela do PC usando um modem;
  • Este sistema evoluiu para aplicações mais sofisticadas com múltiplas portas de voz e atendimento automático;
  • Vários equipamentos de PABX desenvolveram links para permitir seu controle a partir de PC’s ligados em rede;
  • Desenvolvimentos mais recentes permitem a integração de fax, e-mail, web e voz em uma única interface;
  • O próximo passo é criar uma plataforma única de comunicação dentro da organização.
Existem basicamente duas arquiteturas para CTI:
 
First-party call control

O controle da chamada é feito a partir de uma conexão direta do computador com o sistema telefônico. Um exemplo disso seria uma placa de modem em um computador desktop, ou um telefone conectado diretamente ao computador. Esta arquitetura é mais fácil de implementar, mas não é adequada para grandes aplicações, como call centers.

Como exemplo, ela pode ser usada para que um usuário ligue para números selecionados a partir de um banco de dados que está no computador.

O protocolo TAPI é muito utilizado neste tipo de arquitetura.

Third-party call control


Esta arquitetura é mais difícil de implementar e normalmente exige um servidor dedicado de telefonia para fazer a interface entre a rede telefônica e a rede de computadores, porém, é a arquitetura mais indicada para grandes aplicações. Ela funciona enviando comandos do computador de um usuário para um servidor de telefonia, que por sua vez controla o sistema telefônico de forma centralizada. Qualquer computador conectado à rede tem possibilidade de controlar qualquer ramal do sistema telefônico. O telefone não precisa estar conectado diretamente ao computador do usuário.

Existe uma variedade muito grande de padrões e protocolos utilizados neste tipo de arquitetura, dependendo do fornecedor dos equipamentos. Porém um dos padrões de interface mais adotados é o CSTA. Outros bem conhecidos são: JTAPI e TSAPI.

As principais funcionalidades encontradas em sistemas que utilizam CTI são:
  • Exibir no computador as informações da chamada: Número chamador (ANI), número discado (DNIS) e preenchimento da tela no atendimento da chamada (screen pop).
  • Discagem automática e discagem controlada pelo computador: discagem rápida (fast dial), preview dial e discagem preditiva (predictive dial).
  • Controle do telefone: atender (answer), desligar (hang up), colocar em espera (hold), fazer conferência (conference).
  • Coordenar a transferência da chamada e dos dados entre dois atendentes, ou seja, passar a chamada junto com a tela de dados.
  • Controle de chamadas do call center: notificar trabalho após o término da chamada (after-call work), gerar logs da chamada.
  • Funções avançadas: roteamento de chamadas, relatórios, automação das atividades no computador, tratamento de chamadas de múltiplos canais, integração com web e e-mail.
  • Controle do status do atendente, por exemplo, se o trabalho após o término da chamada passar de um tempo determinado, o status do atendente volta para "pronto para tratar chamadas" (ready).
  • Controle de chamadas para monitoramento da qualidade e / ou por softwares de gravação das chamadas.
 Mais informações sobre CTI em: http://en.wikipedia.org/wiki/Computer_telephony_integration

Com a tendência crescente das redes de voz e dados se tornarem uma só (por exemplo: voz sobre protocolo IP - VoIP) é natural que as tecnologias de servidores dedicados para CTI venham a ser substituídas paulatinamente.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A Telerj se espalha pelo país usando a marca Oi

Uma breve história da privatização das telecomunicações no Brasil e de como a Oi vem monopolizando o mercado com qualidade equivalente a que era oferecida pela Telerj.

No início dos tempos

Até 1998, quando foram privatizadas as empresas de telecomunicação brasileiras, havia basicamente uma empresa estatal controlada pelo governo federal que atendia cada unidade da federação. Havia ainda a Embratel que cuidava de comunicações via satélite e das redes que integravam os diversos estados. Todas estas empresas eram agrupadas por outra estatal federal, a Telebrás, que definia as diretrizes gerais das telecomunicações em todo o país.

Nessa época, o forte eram as linhas telefônicas fixas. Banda larga praticamente não existia, seja no Brasil ou no exterior e os telefones móveis estavam apenas começando a se popularizar.

O grande problema dessas estatais era a dificuldade que elas tinham de expandir a rede de telefonia. Quem quisesse uma linha de telefone tinha duas opções: ou entrava em uma fila demorada na única empresa que atendia o seu estado ou comprava uma linha no mercado “paralelo” que podia custar facilmente US$ 2000,00. Existiam empresas que viviam basicamente de comprar e vender linhas telefônicas, assim como se faz hoje com automóveis usados. Havia ainda o conceito de alugar linha telefônica, quem possuía uma linha cobrava um aluguel mensal para repassar o direito de uso para quem precisava do telefone.

Vale ressaltar que esta não era uma situação exclusiva do Brasil, naquela época, telefone era realmente um bem mais caro e vários países passavam por situação semelhante, assim como o automóvel e a televisão um dia foram privilégio de poucos.

Apesar dessa escassez de linhas, algumas das empresas prestadoras do serviço de telecomunicações eram referência em termos de capacidade técnica e de atendimento ao público. Como exemplo, podemos citar a Telepar (que atendia o Paraná), a Telemig (que atendia Minas Gerais), a Teleceará (que atendia o Ceará) e a Telebahia (que atendia a Bahia). Várias dessas empresas possuíam departamentos de pesquisa que desenvolviam tecnologia nacional de ponta.

Porém, havia também o outro lado da moeda, existiam empresas que eram pessimamente administradas, serviam de cabide de empregos e prestavam um serviço de péssima qualidade. A empresa mais emblemática do péssimo serviço estatal, reconhecida tanto pelos usuários quanto pela comunidade de telecomunicações era a famigerada Telerj, que atendia o estado do Rio de Janeiro.

E fez-se a luz

Quando o governo federal resolveu privatizar o sistema Telebrás, ele dividiu cada uma das empresas estaduais em duas: uma ficou com as linhas fixas e a outra com as linhas de celular, por exemplo, a Telesp, que atendia o estado de São Paulo, foi dividida em Telesp e Telesp Celular. Depois, o governo agrupou as empresas de celular em oito blocos, as empresas de fixo em três e a Embratel como outro bloco, para efetuar a venda de blocos mais robustos.

As empresas de telefonia fixa ficaram divididas da seguinte forma: um bloco era composto pelo estado de São Paulo sozinho, um segundo bloco pelas empresas que atendiam os estados do sul, centro-oeste e parte do norte que ficou conhecido como Tele Centro-Sul e um terceiro bloco composto pelas empresas que atendiam os demais estados do Sudeste, o Nordeste e grande parte do Norte, este terceiro bloco foi chamado de Tele Norte-Leste, mas, o falecido ministro das comunicações Sérgio Motta, que estava comandando o processo de privatização, apelidou este bloco de Telemar, já que, boa parte dos estados que o compunham eram litorâneos. Percebam que a Telerj estava inserida justamente neste bloco.

Quando se preparou o leilão de privatização, o governo FHC tinha a expectativa que grandes empresas internacionais de telecomunicação viessem a adquirir os blocos montados. E isto de certa forma realmente ocorreu. Porém, ao analisar os principais candidatos que se credenciaram para o leilão, o governo percebeu que as empresas de celular estavam atraindo mais atenção, enquanto as empresas de telefonia fixa iam ficando em segundo plano. Seja por que seu preço era mais alto ou porque todo mundo apostava que a tecnologia móvel era o caminho mais promissor para o futuro.

Assim, o governo ficou com receio que algum bloco de telefonia fixa ficasse sem comprador, o que seria considerado um fracasso do modelo de venda criado pelo governo. Para evitar este risco, o governo resolveu patrocinar um grupo de empresários brasileiros que estavam interessados em participar do leilão, mas não tinham um centavo sequer de capital e nem a mínima ligação com a área de telecomunicações. Este grupo era formado pela Construtora Andrade Gutierrez, cuja experiência era executar obras exclusivamente para o governo e pela família Jereissati, que tinha atuação basicamente na área imobiliária e de moinho. O grupo era tão estapafúrdio, que foi apelidado pelo ministro Sérgio Motta de “Tele-Gangue”. Apesar disso, conseguiu um gordo financiamento do BNDES para ter algum capital para participar do leilão e ainda conseguiram que entrassem como sócias no consórcio várias empresas estatais, tais como, Brasilcap, BB Seguros, além de fundos de pensão de empresas estatais e do próprio BNDES.

Ao acontecer o leilão as expectativas iniciais se confirmaram e a Tele Norte-Leste acabou caindo no colo da “Tele-Gangue”. Que conseguiu comprar uma das maiores empresas do país sem colocar dinheiro do próprio bolso, sem ter tradição na área e tendo o governo como um sócio com grande participação, porém, totalmente passivo, pois não interferia em nenhuma decisão da empresa. Ou seja, todo mundo pensou que esta configuração tinha tudo para dar errado e que rapidamente a empresa seria revendida a um grupo estrangeiro.

Mas o grupo que comprou a empresa e que posteriormente acabou adotando o apelido como marca oficial e passou a chamá-la de Telemar, se apoiou na boa capacidade técnica que existia em algumas empresas do grupo para tocar a empresa. Assim, os principais técnicos da Teleceará, Telebahia e Telemig assumiram a responsabilidade de levar a nova empresa em frente. O principal desafio deste grupo no primeiro momento era reconstruir o serviço de telecomunicações no estado do Rio de Janeiro.

Com um trabalho abnegado foi possível apagar os rastros da Telerj, unir 16 empresas independentes sobre uma mesma marca e cumprir as metas que o governo tinha estabelecido para as empresas que ganhassem o leilão.

Em pouco tempo não existiam mais filas para se conseguir uma linha de telefone e o mercado paralelo de linhas foi extinto por inanição. Ou seja, a “Tele-Gangue” conseguiu operar a empresa e torná-la estável e rentável graças, em boa parte, aos técnicos oriundos das melhores estatais que compunham o grupo.

Mas fomos expulsos do paraíso

Devido a pressões políticas, a sede da nova empresa ficou no Rio de Janeiro. Ou seja, o local onde ficava a pior empresa do grupo foi premiado com a sede da empresa, pois o governo federal sempre se preocupou em arrumar formas de tirar o Rio da decadência que vem sofrendo desde que deixou de ser capital da república.

Com o passar do tempo, a empresa resolveu entrar em outras áreas relacionadas à sua atuação principal: telefonia celular (com a marca Oi), serviços de call center (através da Contax), internet (com o provedor Oi), TV a cabo (com a aquisição da Way TV, renomeada para Oi TV), operação de satélites (Hispamar), prestação de serviços de TI (com a Todo BPO), radiodifusão (Oi FM), crédito (Oi Paggo), etc.

Posteriormente, a marca Telemar foi extinta, a marca Oi foi adotada para todos os serviços de telecomunicação do grupo e a gestão foi unificada.

Como o grupo controlador da Oi, há muito tempo está acostumado a viver entranhado na máquina pública, conseguiu o feito de mudar a legislação para permitir a aquisição de outra empresa de telefonia fixa, sendo que, o que se alegou à época da privatização, era que a separação em blocos era justamente para permitir a concorrência. Não se sabe até que ponto, o fato da Oi ter investido pesadamente na empresa Gamecorp, do filho do presidente Lula, ajudou na boa vontade demonstrada pelo governo em ajudar a mudar a lei.

Assim, o grupo Oi acabou comprando a Brasil Telecom (novamente com poucos recursos próprios, farto financiamento do BNDES e envolvimento dos fundos de pensão das estatais e das coligadas do Banco do Brasil) e, com a aquisição de uma concessão para explorar celular em São Paulo, a Oi passou a atuar em todo o território brasileiro.

Ou seja, saímos de um monopólio estatal no século passado, para um virtual monopólio privado na atualidade.

Outro problema, é que a empresa deixou de ser apenas uma empresa de telecomunicações e passou a ser uma empresa de serviços. Ou seja, deixou de se preocupar com os aspectos técnicos do negócio e passou a se preocupar apenas com vendas e receita.

Quase nenhum dos técnicos oriundos das antigas empresas estatais continua na empresa. A Oi terceirizou tudo que podia e também o que não podia. Não existe nenhum departamento de pesquisa e desenvolvimento. As áreas de engenharia e TI hoje se limitam a supervisionar o trabalho feito pelas empresas contratadas. Os funcionários da própria empresa hoje estão concentrados basicamente nas áreas de marketing, vendas e gestão.

Para fins de comparação, a Oi e a Brasil Telecom juntas tem pouco mais de 15 mil funcionários (excetuando o pessoal de call center que ainda resta na Brasil Telecom, pois, em breve serão terceirizados também), enquanto a France Telecom, que atende um país bem menor que o Brasil e cujos funcionários estão suicidando às pencas devido à pressão que vêm sofrendo, tem mais de 100 mil funcionários.

O reflexo disso tudo aparece diretamente na qualidade do serviço prestado. A coisa mais difícil de encontrar hoje é um cliente da Oi satisfeito.

Ou seja, todo o esforço que foi feito para montar uma empresa e resolver os problemas da Telerj, foram abandonados em nome exclusivamente da rentabilidade financeira. Assim, estamos assistindo passo-a-passo a Telerjização do país inteiro sob uma nova marca: Oi.

Será que há salvação?

Por parte do governo, a responsabilidade de regular e fiscalizar a atuação das empresas de telecomunicações é da Anatel. Porém, ela está longe de cumprir este papel. Ela funciona muito mais como porta-voz das empresas, defendendo os seus direitos e deixando de lado os seus deveres. Tem uma relação promíscua com as operadoras, aplicando punições de fachada, apenas para dar a impressão que está cumprindo o seu dever.

O que resta então para nós consumidores: exclusivamente botar a boca no trombone e reclamar os nossos direitos. Ir aos tribunais, se necessário, para obrigar essas empresas que só vêem cifrões a agir com mais ética.

Ou seja, somente nós mesmos poderemos nos salvar, porque, se dependermos de alguma iniciativa governamental ou das leis de mercado, realmente, estamos com poucas perspectivas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Site para consultar a qual operadora telefônica pertence um número

Com a portabilidade numérica, está cada vez mais difícil saber a qual operadora de telefonia pertence um determinado número de telefone.

Para ajudar nesta tarefa, existe um site que permite consultar, a partir de um número de telefone, qual é a operadora do mesmo:

http://consultanumero.abr.net.br:8080/consultanumero/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A diferença de eficiência e eficácia

Eficiência e eficácia são dois conceitos diferentes, porém muito relacionados, com isso, algumas vezes, ocorre confusão no entendimento e na diferenciação dos mesmos.

A eficiência envolve a forma com que uma atividade é feita, enquanto a eficácia se refere ao objetivo da mesma.

Eficiência trata de "como" fazer e não "do que" fazer. Trata de fazer certo a coisa e não de fazer a coisa certa.

Quando falamos em eficiência, estamos falando em produtividade, em fazer mais com o mínimo de recursos.

No mundo dos negócios, a eficiência é a capacidade de fazer o seu trabalho utilizando a menor quantidade de recursos (tempo, mão-de-obra, material, etc.) possíveis, ou de fazer mais coisas utilizando a mesma quantidade de recursos. Um funcionário eficiente é aquele que realiza uma tarefa da melhor forma possível.

Já a eficácia é um conceito relacionado à idéia de fazer as coisas de forma correta, atingindo o que se espera. Diz respeito aos objetivos propostos, a fazer bem feito.

A eficácia está relacionada à escolha de que caminho seguir.

Nos negócios, eficácia é escolher os melhores meios e produzir um produto adequado ao mercado.

Depois de escolhido o que fazer, fazer esta coisa de forma produtiva, acaba por levar à eficiência. Fazendo as coisas de maneira eficiente e eficaz, teremos os melhores resultados.

Citando Peter Drucker: "Eficiência é fazer as coisas de maneira correta, eficácia são as coisas certas. O resultado depende de fazer certo as coisas certas".

Sendo que, nós podemos ser eficientes sem sermos eficazes, assim como, podemos ser eficazes sem sermos eficientes.

Usando um exemplo mais concreto: eficiência é cavar um poço artesiano com perfeição técnica, já eficácia é encontrar a água.

O comportamento de um rio, é outro exemplo que pode ser usado: se considerarmos que o objetivo do rio é despejar a água da nascente no oceano, podemos considerar que o rio é plenamente eficaz, porém, em geral ele não é eficiente, pois, para cumprir o seu objetivo ele não passa necessariamente pelo caminho mais curto ou pelo mais rápido.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Diagrama de arquitetura de aplicativos web

Para quem lida com aplicativos web, eu encontrei um diagrama muito simples, porém, que pode ser útil para ajudar a identificar as camadas da arquitetura de um aplicativo baseado na web e como elas se relacionam.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sistema burro da Sony Style

Eu estava comprando um produto no site da Sony Style que custa R$199,00.

Quando fui calcular o valor do frete, recebi a seguinte mensagem:

"Estimativa* de frete: R$33,03 *Importante: Esta estimativa é válida para pedidos de valor menor que R$200,00. Para pedidos acima de R$200,00 O FRETE É DE APENAS 1 CENTAVO. Oferta válida para todo o Brasil."

Ou seja, como o meu produto custa R$1,00 a menos que o valor estipulado para o frete de 1 centavo, eles estão me cobrando R$33,03 de frete.

Em resumo, eles querem que eu pague R$32,00 a mais na fatura por causa de R$1,00 de diferença no preço do produto.

Eu mandei um email para a Sony perguntando se era possível me vender o pacote todo por R$200,01. Assim eu pagaria R$1,00 mais caro pelo produto, mas, teria direito ao frete de R$0,01.

Eles me responderam dizendo simplesmente: "Informamos que não será possível ser feita tal alteração em seu pedido...".

Como diria meu avô: Chapeu de burro é marreta.

A Sony perdeu uma venda só porque tem um sistema burro e inflexível. Eu não sei quando é que essas empresas irão a dar ao cliente o tratamento que elas dizem que dão mas fica apenas no discurso.

Cuidado ao comprar no Submarino

O Submarino diz que tem um produto em estoque sem ter, não realiza a entrega e depois demora quase dois meses para devolver o dinheiro.

Veja a descrição do caso abaixo:

Eu comprei um produto no Submarino que dizia ter disponibilidade para entrega imediata e paguei com cartão de crédito.

Quando foi chegando o prazo previsto para a entrega do produto, o Submarino me mandou um email dizendo que em razão de problemas operacionais, houve atraso na expedição do meu pedido, o que poderia adiar, em dois dias, a data de entrega informada no ato da compra.

Vejam que eles não citaram em momento algum que não tinham o produto em estoque.

Vencido o novo prazo de entrega, eles me enviaram outro email nos seguintes termos:

"Apesar do nosso empenho, ainda não temos previsão para reposição do produto. Para tentar amenizar o transtorno causado, estamos lhe oferecendo as seguintes alternativas: troca por vale-compras no valor pago pelo produto; reembolso do valor, pelo mesmo meio de pagamento
efetuado.
"

Só neste momento, é que eles disseram que não tinham o produto em estoque.

Além disso, me ofereceram duas alternativas para devolver o dinheiro: Vale-compra ou reembolso através do mesmo meio de pagamento, no meu caso, cartão de crédito.

Eu não me interessei por vale-compra, pois, seria obrigado a comprar outro produto na mesma loja que já não entregou o primeiro.

O problema do cartão de crédito, é que em função da data de vencimento da minha fatura, eu iria demorar quase dois meses para receber o dinheiro. Ou seja, o Submarino pega o MEU dinheiro, não entrega o produto e demora dois meses para me devolver o dinheiro. Isso é um negócio de pai para filho: empréstimo com zero de juros.

Eu mandei um email para o Submarino explicando a minha posição e solicitando que o dinheiro fosse devolvido com crédito em conta corrente, pois assim, eu poderia recuperá-lo mais rapidamente.

Eles não deram a menor atenção ao meu email. Simplesmente me responderam com o mesmo texto padrão utilizado no primeiro email e dando as mesmas alternativas para devolução do dinheiro.

Como eu não estou com muito tempo para ficar esticando este assunto, eu decidi optar por receber a devolução no cartão de crédito, mas, o Submarino entrou na minha lista negra, ou seja, acabou de perder um cliente.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Pausa para reflexão: O Juízo da Perturbação

Vejam que interessante o pensamento atribuído ao imperador romano Marco Aurélio. Vale mais que uma coleção de livros de auto-ajuda.

"Se estás aflito por alguma coisa externa, não é ela que te perturba, mas o juízo que dela fazes. E está em teu poder dissipar esse juízo. Mas se a dor provém da tua disposição interior, quem te impede de a corrigir? E se sofres particularmente por não estares a fazer algo que te parece certo, por que não ages, em vez de te lamentares? Um obstáculo insuperável te o impede? Não te aflijas, então, pois a causa de não o estares a fazer não depende de ti. Não vale a pena viver se não o poderes fazer? Parte, então, desta vida satisfeito, como partirias se tivesses logrado êxito no que pretendias fazer, mas sem cólera contra o que se te opôs."

Fonte: "The Meditations" por Marco Aurélio (Imperador Romano). Translated by George Long.

  • Saiba mais sobre o livro "The Meditations" do imperador Marco Aurélio:

http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Aurelius#Writings

  • Uma cópia do livro (em inglês) pode ser obtida em:

http://classics.mit.edu/Antoninus/meditations.mb.txt

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Golpe em Honduras: o que pode acontecer com quem brinca de democracia

Em um post anterior eu falei que um 3º mandato para o Lula seria um golpe contra a democracia. Quando eu disse isso, eu estava pensando apenas na perpetuação de um presidente no poder usando a máquina estatal que ele tem a disposição (exatamente o que faz Hugo Chavez na Venezuela).

Porém, em Honduras as minhas palavras aconteceram de forma literal. O presidente em exercício que tentava articular a sua reeleição, mesmo com a oposição do legislativo e do judiciário, foi deposto por um golpe de estado.

Eu não defendo golpes de estado sob nenhuma justificativa, mas, o que aconteceu em Honduras serve de alerta para toda a América Latina. Vejam o que pode acontecer quando um presidente resolve "brincar de democracia".

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Onde obter informações sobre mainframe na web

Os profissionais de TI que trabalham com plataforma baixa (Linux, Oracle, Java, .Net, etc.), já estão habituados há muito tempo a buscar informações sobre estes assuntos na internet.

Porém existe uma parcela de profissionais que trabalham com equipamentos de grande porte (o famoso mainframe), que ainda tem poucas fontes de informação disponíveis na rede.

O problema, é que hoje tem se formado poucos profissionais para trabalhar com mainframes e como a tecnologia neste caso é mais estável, quem já conhece não precisa buscar novas informações o tempo todo e quem não conhece geralmente aprende com o apoio de um tutor.

Eu mesmo passei por essa situação há algum tempo, eu sempre trabalhei com plataforma baixa e, de repente, peguei um projeto em mainframe sem conhecer nada do assunto. Além do apoio dos colegas, eu tive que procurar informações adicionais.

Ainda bem que, para quem precisa obter informações sobre JCL, COBOL, MVS, CICS, Natural, Adabas, etc. nem tudo está perdido, existem uma série de opções disponíveis na web, além de fóruns para troca de informações e esclarecimento de dúvidas.

Abaixo, eu vou listar as principais referências que utilizei nas minhas pesquisas.

  • The COBOL Center

http://www.infogoal.com/cbd/cbdhome.htm

Artigos, tutoriais e outras informações sobre a linguagem de programação COBOL.

  • The American Programmer

http://www.theamericanprogrammer.com/

Possui muito material sobre as tecnologias utilizadas em mainframes.

  • MVS Help

http://mvshelp.net/

Material para o programador mainframe.

  • IBM Mainframes

http://www.ibmmainframes.com/

Material e fórum sobre mainframes.

  • Mainframe Tutorials

http://www.exforsys.com/tutorials/mainframe.html

Tutoriais para mainframe.

  • Adabas and Natural Community

http://communities.softwareag.com/ecosystem/communities/public/developer/adanat/index.html

Comunidade de desenvolvedores Natural / Adabas, disponibilizada pelo fornecedor de ambas as ferramentas, a Software AG.

  • IBM Support & downloads

http://www.ibm.com/support/us/en/

Página de suporte da IBM, que é a fornecedora da maioria das ferramentas usadas nos mainframes produzidos por ela mesma.

  • IBM Mainframe Forum

http://ibmmainframeforum.com/

Fórum de discussão sobre assuntos relacionados a mainframe.

  • Fórum de Mainframes

http://www.mainframes.com.br/

Fórum brasileiro de discussão sobre mainframes.

domingo, 28 de junho de 2009

O primeiro webmail brasileiro

Quando a internet começou a se popularizar no Brasil, ela era basicamente uma ferramenta para obtenção de informações, ou seja, você entrava nas páginas e lia o que estava escrito de forma passiva. O conceito de usar a internet como uma plataforma de obtenção e prestação de serviços, além de relacionamento social, surgiu posteriormente.

Por volta de 1998, eu tomei contato com um serviço de webmail grátis e em português. É isso mesmo: de graça.

Aquilo era uma coisa sensacional, bastava você se cadastrar no site e passava a ter um endereço de email que podia ser acessado de qualquer lugar do mundo via web e sem a necessidade de instalar nenhum programa no computador.

Era o Basemail. Foi um webmail de interface simples e que eu usei durante bastante tempo. Para se ter uma idéia de como a quantidade de usuários era pequena naquela época, o meu username tinha apenas 3 letras. Depois, com a concorrência dos grandes portais, o Basemail foi perdendo importância até que encerrou os seus serviços em 2001.

De qualquer forma, gostaria de registrar os meus agradecimentos aos criadores do Basemail pelos serviços prestados de forma pioneira no Brasil.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

3º mandato para Lula: Golpe contra a democracia

Para que um país seja considerado democrático, existem uma série de questões que precisam ser levadas em consideração. Não basta que o país realize eleições periodicamente, para que ele seja democrático. Para confirmar essa afirmação com um exemplo extremo, basta lembrar que Cuba realiza eleições regularmente desde que Fidel Castro assumiu o poder, só que todo mundo já sabe antecipadamente quem serão os eleitos. Eu acredito que ninguém, com um mínimo de sensatez, já tenha classificado o regime cubano como uma democracia.

Um país para ser realmente democrático precisa ter eleições abertas com a participação de toda a sociedade, todos os cidadãos aptos pela legislação tem que poder votar e ser votado, precisa ter liberdade de opinião e manitestação, precisa ter equilíbrio entre os poderes executivo, legislativo e judiciário e cada um deles tem que ser independente e, como a cereja do bolo, precisa ter revezamento entre os ocupantes dos cargos majoritários.

Não se pode considerar democrático um país onde o mesmo mandatário se reelege indefinidamente usando a máquina estatal que ele tem ao seu dispor.

Alguém pode alegar que em alguns países os primeiros ministros ficam no poder por décadas. Contudo, o parlamentarismo tem peculiaridades muito diferentes de um regime presidencialista. No parlamentarismo o primeiro ministro é indicado pela maioria do legislativo, ou seja, é como se fosse um representante do legislativo atuando no executivo, que por sua vez é o representante do povo. O revezamento no poder está garantido pela representação dos cidadãos no parlamento. Já o regime presidencialista, é extremamente personalista, onde o presidente tem uma força quase que absoluta já que sua escolha não passa pelo crivo do parlamento.

Portanto, os parlamentares que estão propondo a possibilidade de um 3º mandato para o presidente, estão tramando um golpe contra a frágil e incipiente democracia brasileira. Eles estão tentando fazer o Brasil se aproximar da Venezuela e da Bolívia, ao invés de mirar o bom exemplo que o Chile vem dando desde o fim da ditatura, seja no aspecto político, como também no econômico e institucional.

Eu gosto muito do Lula, mas, não vejo a menor necessidade de perpetuá-lo no "trono" da presidência. Eu considero que nós temos inúmeras pessoas preparadas e motivadas a assumir a presidência, seja no próprio PT ou em outros partidos.

Assim sendo, nos resta pressionar os deputados a não compactuarem com essa tentativa de golpe.

Veja no link abaixo a lista dos deputados que assinaram a emenda do terceiro mandato:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u576976.shtml

quinta-feira, 28 de maio de 2009

SQL: Uso do JOIN em cláusulas SELECT

O SQL (Structured Query Language, ou Linguagem de Consulta Estruturada) é a linguagem padrão para recuperação de informações em banco de dados relacionais. Ela é uma linguagem muito fácil de usar e ao mesmo tempo poderosa, já que permite combinar informações obtidas a partir de diversas tabelas e usar uma diversidade muito grande de filtros de seleção.

O funcionamento do SQL é baseado na teoria de conjuntos, ou seja, as tabelas são consideradas conjuntos de dados e o resultado das pesquisas são subconjuntos que podem ser obtidos, por exemplo, através da interseção ou união dos conjuntos originais.

Tendo isso em mente, é fácil usar as cláusulas SQL para realizar pesquisas mais complexas. Para isso, o SQL disponibiliza o comando JOIN, que permite combinar dados de tabelas diferentes.

Para mostrar como o JOIN funciona, eu vou dar um exemplo bem básico, mas, que pode ser facilmente extrapolado para situações mais complexas, desde que se tenha o conceito em mente.

Imagine um banco de dados que possua apenas duas tabelas, cujos layout e conteúdo estão detalhados abaixo:

  • Modelo de dados e conteúdo das tabelas

Pessoa

idPessoa

nomePessoa

5

Cinconegue

10

Dezembrino

12

Dozeario

14

Quatorzeano

15

Quinzenio

17

Dezessetino

Automovel

idAuto

idPessoa

descAuto

B

(null)

Fusca branco

E

14

Opala bege

F

(null)

Passat amarelo

H

(null)

DKW

J

5

Gordini marrom

K

(null)

Brasília branca

M

17

Passat cinza

N

12

Belina verde

P

(null)

Fiat 147

Q

14

Fusca azul

R

12

Brasília preta

T

14

Opala vermelho

Se representarmos o conteúdo deste banco de dados em forma de conjunto, ele ficaria assim:

Feito isso, nós podemos entender melhor o efeito do JOIN quando aplicado a este conjunto de dados. Veja os exemplos abaixo:

  • INNER JOIN

O INNER JOIN retorna o sub-conjunto interseção dos conjuntos envolvidos na pesquisa.

SELECT Pessoa.idPessoa, nomePessoa, idAuto, Automovel.idPessoa, descAuto
FROM Pessoa INNER JOIN Automovel ON Pessoa.idPessoa = Automovel.idPessoa
ORDER BY 1, 3;

Pessoa.idPessoa

nomePessoa

idAuto

Automovel.idPessoa

descAuto

5

Cinconegue

J

5

Gordini marrom

12

Dozeario

N

12

Belina verde

12

Dozeario

R

12

Brasília preta

14

Quatorzeano

E

14

Opala bege

14

Quatorzeano

Q

14

Fusca azul

14

Quatorzeano

T

14

Opala vermelho

17

Dezessetino

M

17

Passat cinza

Ou seja só são exibidos elementos que estão nos dois conjuntos. Esta é a utilização mais comum do JOIN nas pesquisas que envolvem mais de uma tabela.

O INNER JOIN pode ser escrito também no formato abaixo (chamado de implícito) e o resultado é exatamente o mesmo:

SELECT Pessoa.idPessoa, nomePessoa, idAuto, Automovel.idPessoa, descAuto
FROM Pessoa, Automovel
WHERE Pessoa.idPessoa = Automovel.idPessoa
ORDER BY 1, 3;

  • LEFT JOIN

O LEFT JOIN retorna todos os elementos que estão no conjunto da esquerda (a primeira tabela), mais os elementos que estão na interseção.

SELECT Pessoa.idPessoa, nomePessoa, idAuto, Automovel.idPessoa, descAuto
FROM Pessoa LEFT JOIN Automovel ON Pessoa.idPessoa = Automovel.idPessoa
ORDER BY 1, 3;

Pessoa.idPessoa

nomePessoa

idAuto

Automovel.idPessoa

descAuto

5

Cinconegue

J

5

Gordini marrom

10

Dezembrino

(null)

(null)

(null)

12

Dozeario

N

12

Belina verde

12

Dozeario

R

12

Brasília preta

14

Quatorzeano

E

14

Opala bege

14

Quatorzeano

Q

14

Fusca azul

14

Quatorzeano

T

14

Opala vermelho

15

Quinzenio

(null)

(null)

(null)

17

Dezessetino

M

17

Passat cinza

  • RIGHT JOIN

O RIGHT JOIN, ao contrário, retorna todos os elementos que estão no conjunto da direita (a segunda tabela), mais os elementos que estão na interseção.

SELECT Pessoa.idPessoa, nomePessoa, idAuto, Automovel.idPessoa, descAuto
FROM Pessoa RIGHT JOIN Automovel ON Pessoa.idPessoa = Automovel.idPessoa
ORDER BY 1, 3;

Pessoa.idPessoa

nomePessoa

idAuto

Automovel.idPessoa

descAuto

(null)

(null)

B

(null)

Fusca branco

(null)

(null)

F

(null)

Passat amarelo

(null)

(null)

H

(null)

DKW

(null)

(null)

K

(null)

Brasília branca

(null)

(null)

P

(null)

Fiat 147

5

Cinconegue

J

5

Gordini marrom

12

Dozeario

N

12

Belina verde

12

Dozeario

R

12

Brasília preta

14

Quatorzeano

E

14

Opala bege

14

Quatorzeano

Q

14

Fusca azul

14

Quatorzeano

T

14

Opala vermelho

17

Dezessetino

M

17

Passat cinza

Os exemplos acima, apesar de muito simples, podem ser facilmente extrapolados para a maioria das pesquisas onde é necessária a pesquisa em mais de uma tabela, pois, apesar de ser possível existir mais complexidade nas cláusulas, o raciocínio básico é exatamente o mesmo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Processos X Projetos

Não é raro que as pessoas confundam essas duas palavras e seus significados: processos e projetos. Mas a distinção dos dois termos é fundamental para quem está inserido numa organização.

Um processo pode ser definido como uma sequência de atividades dinâmicas e contínuas, logicamente relacionadas, executadas para obter um resultado bem definido. Outra definição descreve o processo como uma sequência de passos, tarefas e atividades que convertem entradas em uma saída. Um processo é contínuo e repetitivo.

Já um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. Tem início, meio e fim. O projeto é normalmente autorizado como resultado de uma ou mais considerações estratégicas: pode ser uma demanda de mercado, necessidade organizacional, solicitação de um cliente, avanço tecnológico ou requisito legal. Veja as principais características dos projetos: (1) são temporários, possuem um início e um fim definidos; (2) são planejados, executados e controlados; (3) entregam produtos, serviços ou resultados exclusivos; (4) são realizados por pessoas; e (5) são realizados com recursos limitados.

Ou seja, em geral, os processos estão relacionados ao dia-a-dia das empresas, enquanto os projetos estão mais relacionados à inovação ou novos produtos e serviços.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Calculadora programável TI-58C da Texas Instruments

A primeira "coisa" que eu aprendi a programar foi uma calculadora TI-57 da Texas Instruments lá pela década de 1980.

Eu fazia curso de Técnico em Eletrônica e o colégio onde eu estudava promovia cursos de programação de calculadora. O modelo em que eu aprendi, tinha visor de LED, 50 passos de programação e 8 registradores de memória. Ou seja, era possível gravar em sua memória programas com no máximo 50 instruções (sendo que até o sinal de uma operação era contado como uma instrução) e 8 resultados intermediários.

A maneira de programar era bem simples, você gravava na memória cada passo da operação que estava querendo executar, como se estivesse fazendo o cálculo manualmente e existiam alguns comandos que permitiam dar "saltos" na sequência de comandos (GTO: Go To, SBR: Sub-routine), fazer "loops" (DSZ: Decrement and Skip on Zero), testar igualdade ou diferença, ou armazenar o resultado em uma memória.

Eu gostei muito do assunto e "infernizei" o meu pai até que ele comprasse uma calculadora programável TI-58C para mim. Este modelo já era bem melhor que a TI-57: podia ter 480 passos de programação ou 60 memórias (os dois ocupavam os mesmos endereços de memória) e esses valores podiam ser expandidos com um módulo externo de memória. O mais importante, era que a TI-58C podia ser desligada sem que o programa armazenado na memória se perdesse, ao contrário do que acontecia com a TI-57.

Quando eu coloquei as mãos na calculadora, aprendi logo todos os seus comandos e recursos. Passei a aproveitar ao máximo todo o seu potencial, fazia desde programas de cálculo até joguinhos numéricos. Com isso, virei uma espécie de consultor informal em programação de calculadoras para os meus colegas de escola.

Aprender a programar calculadoras, além de ter me ajudado a fazer cálculos durante o curso técnico, me ensinou os princípios básicos da lógica de programação e me deu certeza que eu gostava deste assunto.

Logo tempo depois, surgiram os primeiros microcomputadores com processador Z80 e eu comecei e me voltar para a programação em Basic. Mas, isso já é outra história.

sábado, 25 de abril de 2009

Parabéns ministro Joaquim Barbosa

O ministro do STF Joaquim Barbosa ao criticar o presidente do mesmo tribunal, Gilmar Mendes, falou o que a grande maioria das pessoas gostaria de falar, mas não tem oportunidade.

Eu não vou me estender sobre o bate-boca, pois, ele já foi amplamente coberto pela imprensa.

Gostaria apenas deixar registrado os meus parabéns ao ministro Joaquim Barbosa, se houvessem mais juízes com esta postura, o judiciário brasileiro seria bem melhor.

Quem quiser saber detalhes do caso, clique aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Carta de Jon "maddog" Hall para o presidente Obama

Jon "maddog" Hall é um dos maiores defensores e divulgadores do software livre. Como parte de sua pregação, ele escreveu um artigo em forma de carta para o presidente Barack Obama.

O artigo precisa ser lido com um olhar crítico, pois, afinal de contas, foi escrito por um defensor tão ardoroso do software livre, que às vezes comete alguns exageros nas suas análises.

Em determinados trechos do artigo, "maddog" passa a impressão que todos os problemas de quem usa software acabarão a partir do momento em que passar a adotar o software livre. Em outros trechos, ele faz algumas estimativas de economia com software livre que carecem de mais substância para se sustentarem.

Mas de qualquer forma, é um artigo muito interessante para que possamos refletir e discutir como deve ser a relação entre quem produz e quem utiliza software.

O artigo pode ser lido em:

http://linuxmagazine.uol.com.br/maddog/economizando_cinco_bilhoes_de_dolares_por_dia

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Carreira em Y" nas profissões tecnológicas

Tem um email que já rola por aí há bastante tempo, mas, até hoje eu me divirto quando o leio. Eu não sei quem é o autor, mas, ele está de parabéns. É um texto que explica como um analista pode subir na carreira permanecendo na área técnica, a famosa "Carreira em Y". Para quem não viu, ou para quem quer refrescar a memória, segue o texto abaixo:

A "Carreira em Y" nas profissões tecnológicas dos analistas

Nas grandes empresas ou qualquer empresa que tenha um grande numero de pessoal de tecnologia, rola o que eles chamam de "Carreira em Y". Essa denominação foi criada para que os profissionais que não quiserem passar para a área administrativa possam continuar subindo na empresa na área técnica, e ganhando melhores salários. Porém, todo mundo reclama que é dificílimo ser promovido. Então alguém criou o guia de como ser promovido na "Carreira em Y".

Analista 1

O indivíduo começa como Analista 1 e pode chegar a ser Analista 8. Os Analistas 1 são comumente conhecidos como Analistas Baby, ou seja, um pouco mais que estagiários.

Condições necessárias para vocês virarem Analistas 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8:

Analistas 2 e 3

Faça o seu dever, cumpra seus prazos, fique algumas vezes depois do horário, faça cursos de aperfeiçoamento, seja sociável e trabalhe em equipe. É necessário destruir plantações de pepinos (pepino = problema). Noções de Inglês Técnico.

Exemplo: Humanos normais.

Analista 4

Idem ao anterior + Matar um leão por dia (leão = um grande problema), com uma carga horária de 12 horas diárias. Ser responsável por 30% da administração de uma rede pequena de 700 usuários. Inglês, espanhol e Visual Basic obrigatórios + 1 linguagem desejável.

Exemplo: Fodões

Analista 5

Idem ao anterior + Um dragão por semana (dragão = é uma problema enorme), com uma carga horária diária de 16 horas sem feriados. Ser responsável por 40% da administração de uma rede do tipo 1000 Usuários. Inglês, francês, japonês, espanhol, VB e C++ obrigatórios.

Exemplo: Mister M, David Coperfield, Padre Quevedo.

Analista 6

Idem aos anteriores, só que, mata-se um leão por hora, um dragão por dia, um Alien por semana (Alien = é um problema do outro mundo) e mais uma área equivalente a meio globo terrestre em plantações de pepino. Carga horária diária de 20 horas. Ser responsável por 75% da administração de uma rede de 2500 usuários e 30% de todos os projetos internos de tecnologia. Inglês, francês, alemão, japonês, espanhol, aramaico, latim, mandarim, vietnamita, VB, C++, Asp, Dhtml, Cobol obrigatórios.

Exemplo: Criaturas Mitológicas, Gnomos, Ninjas com o poder dos 9 cortes.

Obs: Assim como os Ninjas, somente um Analista 6 pode matar um Analista 6.

Analista 7

Idem aos anteriores, só que, os leões e dragões fogem de você. Você terá que caçá-los em outras dimensões e planetas. Uma área equivalente a uma estrela classe 5 (Sol) em plantações de pepino e três Aliens e um Predador por dia (Predador = é um problema impossível de ser resolvido, exemplo, fazer um corpo com massa m viajar com velocidade acima da velocidade da luz). Carga horária diária de 25 horas. Ser responsável por 100% da administração de uma rede de 6000 usuários e 60% de todos os projetos internos de tecnologia. Inglês, francês, alemão, japonês, italiano, espanhol, aramaico, latim, mandarim, vietnamita, Borg, Taelon, Klingon, Volcano, Pascal, Fortran, C++, Asp, Java, Xml, Easytrieve, Ims/Dc e todas as 13500 línguas e dialetos que o C3PO fala no filme Star Wars, obrigatórios.

Exemplo: Mago Merlin, Jedis como Luck Skywalker e Obi-Wan Kenobi, Mestre Yoda (daí o nome de carreira em Y), Darth Maul, Spectroman.

Não desanime, conseguir você irá, um analista 7 você será. Grande poder tem o lado negro Administrativo da Força. Você também terá que ser um Highlander, pois só com uma vida eterna você terá tempo para atingir este cargo, mas não se esqueça que só pode haver um e não deixe que nenhum outro analista 7, corte sua cabeça.

Analista 8

É o cargo máximo no Universo e você será considerado como o mestre dos elementos. Você terá o poder sobre a vida e a morte dos seres, logo você não precisa mais matá-los, você apenas deseja que os problemas se resolvam ou cria novas leis físicas no universo para que isso aconteça. E você irá perdoar a todos. Você será onisciente, onipresente e onipotente. Carga horária diária indefinida, para você o tempo e o espaço já não existem. Ser responsável por 100% dos projetos e 100% da área de tecnologia de uma empresa de 30000 usuários, em 7 dias.

Exemplo: Deus, Buda, Alá, Zeus, Odin, A Força.

Conclusão: Perceberam como é simples desenvolver carreira técnica?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Exemplo de SLA - Acordo de Nível de Serviço

Em um post anterior eu falei sobre SLA - Acordo de Nível de Serviço, em terceirização do processo de desenvolvimento de software.

Agora, eu vou dar um exemplo prático de quais SLA's podem ser estabelecidos em um processo hipotético e simplificado.

O processo em questão serve apenas para fins didáticos, pois, no mundo real eles são muito mais complexos. Contudo, os exemplos dados aqui podem ser facilmente extrapolados para processos maiores.

Veja o processo de desenvolvimento de software mostrado na figura abaixo:

Para cada tarefa precisa ser definido pelo menos um Acordo de Nível de Serviço, com um indicador para avaliá-lo. De preferência deverá existir um sistema de workflow, mesmo que seja um bem simples ou desenvolvido internamente, que controle o fluxo entre as tarefas e registre automaticamente os dados que irão alimentar os indicadores definidos.

Na tarefa T1, a "Empresa" passa para o "Fornecedor" a ordem de serviço (D2) e a especificação do sistema (D1). Como este é o início do processo, ele não precisa de um SLA. O SLA passará a ser usado a partir da tarefa T2, que é quando o "Fornecedor" devolve o cronograma (D4) e o plano de testes (D3) do serviço solicitado. Assim sendo, alguns SLA's que poderão ser definidos para cada tarefa são:

  • T2 - O planejamento (ou replanejamento) da construção deve ser executado em até 3 dias úteis.
  • T3 - O planejamento deve ser aprovado (ou recusado) em até 3 dias úteis.

OBS: É importante que existam SLA's definidos também para as tarefas sob a responsabilidade da "Empresa", pois, se a "Empresa" também não tiver as suas obrigações definidas, ficará muito complicado para o "Fornecedor" se planejar e cumprir o SLA.

  • T4a - A aplicação deverá ser construída dentro do prazo previsto no planejamento aprovado em T3.
  • T4b - Caso a construção seja em função da não aprovação da aplicação, as adequações deverão ser feitas em 1 (um) dia útil para cada Ponto de Função a ser adequado.
  • T5 - Os testes deverão ser realizados dentro do prazo previsto no planejamento aprovado em T3.
  • T6a - A validação da aplicação deverá ser realizada dentro do prazo previsto no planejamento aprovado em T3.
  • T6b - A aplicação deverá apresentar, no máximo, 1 (um) erro para cada 10 (dez) Pontos de Função.
  • T7 - O termo de conclusão deverá ser emitido em até 3 (três) dias úteis após a validação.

Para cada SLA, deverá ser definido um indicador que permita o acompanhamento, por exemplo:

  • iT2 - 85% dos planejamentos devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT3 - 90% das aprovações devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT4a - 80% das construções devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT4b - 80% das readequações devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT5 - 85% do testes devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT6a - A 85% das construções devem ocorrer dentro do prazo.
  • iT6b - 90% das aplicações devem estar dentro do limite de erros.
  • iT7 - 90% dos termos devem ser emitidos dentro do prazo.

Ainda podem ser definidos sinais, por exemplo: Se 90% estiverem dento do prazo, sinal verde; Entre 80% e 90%, sinal amarelo; Abaixo disso, sinal vermelho.

O segredo é definir indicadores realistas, de comum acordo com o fornecedor e depois acompanhar de perto a sua evolução, avaliando as causas em casos de baixo desempenho.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Paulo Henrique Amorim: O jornalista que encolheu

Eu sempre considerei o Paulo Henrique Amorim um excelente jornalista: crítico, sensato, independente, comunicativo, apesar de um tanto tendencioso, principalmente quando se trata de defender cegamente o governo Lula e o PT em geral. Mas, enquanto ele está no papel de colunista, eu não posso criticar o fato dele defender suas posições, eu posso apenas concordar ou discordar.

Até hoje ele tenta passar essa boa imagem. Veja, por exemplo, o seu portal na internet. No seu perfil ele diz que espera que o neto se orgulhe de suas idéias e nos seus artigos, ele chama a grande imprensa de golpista:

"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista."

Mas ele se esquece de falar dos seus próprios pontos fracos. Hoje ele trabalha para a Rede Record, que pertence ao famigerado bispo Edir Macedo. Mas, este não o problema maior, afinal todos nós temos que ganhar a vida. O problema é o papel que ele aceita fazer no seu emprego, como se fosse trabalho jornalístico.

Em outubro de 2007 ele fez uma reportagem no programa dominical da Record, que chegou a me dar pena pelo papel que ele desempenhou ao conduzir uma matéria encomendada pelo dono da empresa, o tal Edir Macedo. Eu não conheço muito de jornalismo, mas, essa reportagem deve ir contra qualquer manual básico da profissão: tratar matéria paga como se fosse notícia.

Na tal matéria, o bispo foi mostrado como vítima de perseguição por parte das autoridades porque passou 11 "terríveis" dias na cadeia e aproveitou para mostrar o seu livro em que contava as agruras sofridas neste episódio.

O Paulo Henrique cumpriu direitinho o papel que lhe cabia naquele "informe publicitário", eu percebi que em alguns momentos ele quase chegou às lágrimas com a "dramática" história do sujeito que há 15 anos, passou 11 dias na cadeia, foi tratado como manda a lei e aproveitou bem esse fato para fortalecer ainda mais a sua imagem junto aos fiéis.

Se o Paulo Henrique continuar assim, vai acabar sendo promovido pela Record pelos bons serviços prestados. A pena a que eu me referi acima é por constatar que jornalismo passou a ser apenas uma lembrança distante na sua carreira.

Tal qual fez o seu patrão, futuramente ele pode até escrever um livro sobre essa virada na sua carreira e ganhar mais algum dinheiro. Para ajudar, eu dou a minha sugestão de título: "Paulo Henrique Amorim: O jornalista que encolheu".

Nós costumamos criticar pessoas como a Mônica Veloso, que fazem tudo por dinheiro, mas, existem maneiras bem mais sutis de agir da mesma forma e não causar tanta polêmica. Enquanto a Mônica vendeu o corpo (seja para o senador ou seja para a Playboy), o Paulo Henrique está vendendo as suas idéias e convicções e, eu acredito, por um preço bem mais barato.

A minha curiosidade é saber o quanto uma pessoa aceita se rebaixar para ganhar a vida? Será que o seu neto vai se orgulhar disso também?

Posteriormente, em 2008, o Sr. Paulo Henrique Amorim teve o seu contrato com o portal IG rescindido. Ele saiu atirando para todos os lados e criticando o IG e todos que tivessem algum tipo de relacionamento com o portal, sem dó.

Eu concordo que o IG agiu de forma pouco ética na rescisão do contrato dele. A rescisão deveria ter sido comunicada com mais antecedência e os seus leitores deveriam ter sido informados sobre o novo local de hospedagem do blog.

Contudo, eu acho que o assunto foi tratado de maneira equivocada pela maioria das pessoas:

- O fato não se tratou de uma demissão, afinal o Paulo Henrique não era empregado do IG, tinha um contrato de hospedagem do seu site;

- Também não se tratou de censura, o IG simplesmente não concordou com a sua postura, seja por razões comerciais ou políticas, e resolveu não continuar hospedando o seu site. O meu patrão, se não gostar de alguma atitude minha, pode me mandar embora sem nenhuma explicação e nem por isso os outros vão dizer que eu fui censurado.

- Ele não foi injustiçado, simplesmente um contrato comercial foi rompido. Eu acredito, que financeiramente ele pode até faturar mais em um blog independente exibindo anúncios pagos.

Agora, o que me incomoda muito nessa situação, é o hábito que o Paulo Henrique tem de sair "atirando" sempre que deixa uma organização:

- Ele trabalhava na Globo, recebia seu salário e, pelo menos aparentemente, não tinha nenhuma intenção de sair. Bastou a Globo lhe demitir, que virou o exemplo para tudo de ruim que havia na imprensa. Quando ele estava lá dentro não achava isso ou estava aturando calado por causa do bom salário?

- No IG, eu nunca vi nenhuma manifestação dele contra o portal e seus acionistas. Agora que ele saiu, o portal e seus executivos ganharam apelidos pejorativos e passaram ser a encarnação do demônio.

Mas o Paulo Henrique ainda trabalha para a Record. Será que lá na Record não tem nada de errado? É correta a exploração que os "bispos" fazem dos miseráveis? É correto a IURD usar uma concessão pública para vender seu "produto"? É correto a IURD patrocinar uma "chuva" de ações judiciais contra quem quer que seja? As finanças da IURD e suas coligadas são transparentes e parecem éticas? Está certo o "bispo" Macedo fazer a emissora produzir matéria encomendada como se fosse jornalística usando o Paulo Henrique como apresentador?

Talvez, se o Paulo Henrique se dispusesse a responder, ele dissesse: "Nada disso existe, não há nenhum problema deste tipo na Record."

Mas, talvez ele só se lembre de mencionar isso no dia que a Record o demitir e ele resolver sair atirando com a sua metralhadora de conveniências.

Cuidado, Paulo Henrique, pois, você está gastando rapidamente todos os cartuchos de prestígio que acumulou durante vários anos. Um dia, os cartuchos acabam.

Eu enviei este texto para o portal do Paulo Henrique, mas, naturalmente, ele não foi publicado e nenhuma reposta me foi dada.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Absurdo: Querem dobrar o tempo da propaganda partidária

Existe um projeto de lei na fila de votação do senado que dobra o tempo da propaganda partidária obrigatória em rádios e televisões.

Se hoje já é difícil aguentar aquele monte de partidos desconhecidos, sem propostas, sem identidade, sem credibilidade, sem ideologia e com um discurso completamente descolado da prática, invadindo o horário nobre da televisão em nossas casas, imagina isso em dobro.

Veja mais informações em:


Os partidos, ao invés de se preocuparem em propor coisas sérias no congresso, de se preocuparem com temas importantes como reforma tributária, política, etc., só pensam em aumentar os seus próprios privilégios e fazer mais propaganda.

Proteste, mande um email para os senadores:


Ou ligue para o Alô Senado:

0800-612211

Nós não podemos é ficar calados, assistindo o festival de besteiras que vem do Poder Legislativo a todo momento.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A baixa qualidade dos produtos Multitronics

Eu queria comprar um aparelho de MP4 (que tocasse música, vídeo e rádio), mas não queria comprá-lo nos shoppings populares, onde são vendidos basicamente produtos contrabandeados.

Para adquirir um produto legal e com garantia, eu recorri à Internet e pesquisei os aparelhos com os melhores preços.

Acabei optando por um aparelho da Multitronics que eu encontrei na Americanas.com.

O aparelho que eu comprei, faz tudo que promete no anúncio, porém, ele faz tudo muito mal.

Ele é cheio de mal contatos. Para recarregar a bateria ou trocar arquivos com o computador é uma dificuldade, pois, o cabo não encaixa direito e perde o contato a todo o momento. Os botões de comando, hora não funcionam, hora você aperta uma vez e eles disparam, hora você aperta um botão e ele aciona outro comando. Dependendo da maneira que você encaixa o fone de ouvido, só é possível ouvir em um dos lados.

Eu entrei em contato com a Multitronics logo que eu comprei o aparelho e eles disseram que o mesmo não apresentava nenhum problema de funcionamento e, portanto, não poderiam trocá-lo. Contudo, se eu quisesse que eles fizessem uma avaliação sem compromisso de haver um conserto, eu deveria enviar o aparelho via Sedex para a fábrica deles, já que, eles não possuem nenhuma assistência técnica credenciada.

Em função do preço do aparelho, do custo que eu teria para enviá-lo, e de pressupor que a empresa iria dizer que tudo estava funcionando, já que realmente só haviam mal contatos, acabei não enviando e assumi a perda.

Pelo visto, este tipo de reclamação que eu estou fazendo, é muito comum em relação aos produtos da Multitronics e eles têm por hábito não respondê-las.

Portanto, Multitronics nunca mais.

Eu acho que da próxima vez, eu vou a um shopping popular e compro um aparelho contrabandeado que vai me dar menos dor de cabeça e funcionar muito melhor. Às vezes, não adianta querer ser "mais realista que o rei".