segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Modelos de maturidade em gestão de projetos - OPM3

Os profissionais da área de TI já estão habituados há algum tempo a lidar com modelos de maturidade no desenvolvimento de software, onde os mais conhecidos no Brasil são o CMMI e o MPS.BR. Estes modelos procuram determinar quanto uma organização está madura no processo de desenvolvimento de softwares. Quanto maior o nível de maturidade da organização, melhor é a qualidade do produto final.

Porém, começa a ficar mais comum no mercado se falar em “modelo de maturidade em gestão de projetos”. O princípio é o mesmo dos modelos de software: eles procuram medir a maturidade da organização no gerenciamento de seus projetos, portfólios e programas. Quanto maior o nível de maturidade, melhor a qualidade dos projetos tratados pela organização.

Os modelos de maturidade de gestão projetos mais comuns no mercado são:

· ESI – International’s Project Framework

· PMMM – Project Management Maturity Model

Criado por Harold Kerzner em 2001 e descrito no livro “Strategic Planning for Project Management using a Project Management Maturity Model”. John Wiley & Sons. Composto de cinco níveis de maturidade, a exemplo do CMMI.

· Prado-MMGP (Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos) – veja detalhes no blog PontoGP.

Está descrito no livro “Maturidade em Gerenciamento de Projetos”, Darci Prado. Não chega a ser um modelo muito popular, mas, é um exemplo de um modelo desenvolvido no Brasil.

Porém, neste post, eu vou me concentrar no modelo OPM3 do PMI. Depois eu entro em mais detalhes sobre os modelos acima.

· OPM3 – Organizational Project Management Maturiry Model

É um modelo desenvolvido pelo PMI (Project Management Institute), que é responsável também pelo PMBOK, o guia de referência em gerenciamento de projetos mais conhecido no mundo. Por isso, o OPM3 é 100% compatível com o PMBOK. Ele foi desenvolvido de forma virtual em 35 países, com o apoio de mais de 800 voluntários com experiência em gerenciamento de projetos na identificação das melhores práticas.

Ele é estruturado a partir de um conjunto de Melhores Práticas (Best Practices), que são formadas a partir de um agrupamento de Capacidades (Capabilities):

Melhores Práticas (Best Practices)

Uma Melhor Prática é um caminho ótimo atualmente reconhecido pela indústria para se alcançar um objetivo. Para o gerenciamento de projetos organizacional, isto inclui a habilidade para entregar projetos consistentemente e com sucesso para implementar estratégias organizacionais. Existem aproximadamente 702 Melhores Práticas documentadas.

Elas são categorizadas de acordo com os domínios de Gerenciamento Organizacional de Projetos: Projeto, Programa e Portfólio. E também pelos níveis de maturidade de melhoria de processos: Padronizar, Medir, Controlar, Continuar melhorando:

Capacidades (Capabilities)

Um conjunto de Capacidades é que dão a possibilidade de alcance de uma Melhor Prática. São passos incrementais rumo a níveis superiores de maturidade. A existência de uma capacidade é demonstrada pela existência de seus Resultados (Outcomes) correspondentes.

As Capacidades são categorizadas por grupos de processos: Iniciar, Planejar, Executar, Controlar e Concluir.

Resultados (Outcomes)

É o resultado tangível ou intangível da aplicação ou demonstração de uma capacidade.

KPI (Key Performance Indicators)

Representa a medição de um Outcome através de uma métrica.

A estrutura geral do modelo é:

O modelo contempla um “Diretório de Melhores Práticas”, onde elas são documentadas e um “Diretório de Capacidades” associadas a uma dada Melhor Prática.

O modelo é baseado em um ciclo constituído de: Conhecimento, Avaliação e Aperfeiçoamento. Portanto, para se fazer a avaliação da maturidade da organização, é preciso seguir os passos abaixo:

  1. Estudar o modelo

Ler e obter o conhecimento básico do OPM3, seus componentes e operação.

  1. Realizar a Avaliação

Determinar o ambiente geral no “continuum” da maturidade organizacional de gerenciamento de projetos.

  1. Determinar o foco de melhoria

Identificar as áreas de Melhores Práticas mais carentes de melhoria.

  1. Determinar o caminho de melhoria

Identificar as Capacidades necessárias para executar as melhorias com base nas Melhores Práticas.

  1. Avaliar as Capacidades atuais

Determinar quais Capacidades identificadas no passo anterior já existem na organização e quais devem ser desenvolvidas.

  1. Plano para Melhorias

Criar plano para o desenvolvimento de Capacidades necessárias para executar as Melhores Práticas, priorizando conforme identificado anteriormente. Alinhar as necessidades da organização e recursos disponíveis. Aplicar processos descritos no guia PMBOK

  1. Implementar Melhorias

Pôr em prática o plano de melhorias. Reajustar o plano de acordo com o clima da organização.

  1. Repetir o processo

Reavaliar a organização para confirmar ou não o progresso. Continuar trabalhando em Melhores Práticas identificadas anteriormente.

O PMI oferece duas ferramentas para realizar a avaliação da organização: “OPM3 Self Assessment” permite uma avaliação mais superficial da organização e “OPM3 ProductSuite” onde a avaliação é conduzida por um consultor certificado. Ambas são cobradas.

A avaliação é feita a partir de um questionário com 151 questões, veja o início do questionário:

O resultado é dado de forma a mostrar o nível de maturidade da organização em relação às várias categorias analisadas e às Melhores Práticas que devem ser melhoradas:

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